quarta-feira, 16 de maio de 2007

Muito prazer, sou humana

De repente, tudo se torna inerte. Não há paixão, não há conflito, não há remorso. Não, mas não foi de repente, veio aos poucos, numa cadência discretamente triste, samba-canção, bossa-nova, ritmando meu coração e meus passos. Despertando minha face melancólica.Quis aniquilar a dor como sempre fiz, mas não achei comprimido pra dor na alma.Tentei disfarçar, esquecer, decidi seguir com um sorriso no rosto e a força que nunca tive, enquanto dentro de mim surgia um enorme vazio.Também nada se tornou, sempre foi inerte, sempre foi igual. O erro foi meu por buscar sempre a beleza.Talvez toda emoção que pensei ter havido, tenha sido só minha,.Quem sabe nada do que sonhei possa existir.Quem sou eu?Matéria e espírito, é só o que sei.Houve o tempo em que eu sabia quem era, que era forte, capaz,amada, sentia-me plena, meu amor e meu ser bastavam no universo.Hoje nada mais é claro. Penso em mim, numa imagem turva, nebulosa. Talvez não seja capaz, talvez não seja amada, ou talvez tenha entendido tudo errado, desde o começo.Da força,ainda fica um pouco,por isso tento buscar a mim em meio a apavorante multidão de sãos. Seis da manhã, será que é verdade?Ou tudo é culpa do tempo equivocado?Queria passar dias dormindo, protegida, em seus braços.Queria passar horas me vendo em seus olhos, lindos.Queria recordar quem sou, quem é, descobrir quem somos, juntos.Quero passar a vida tentando compreender seu amor.
"As sete letras de Pralini (Spinola/Gueller) davam-lhe força.As seis letras de Ângela (Sílvia) tornavam-na anônima" C.L.

Muito prazer,
Sílvia Spinola Gueller

P.S. Esse texto foi o primeiro publicado em meu antigo blog, não sei se ainda é verdade inteiramente, também não sei se é mentira, mas creio que hoje voltei a ser forte.

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