sexta-feira, 24 de abril de 2009

Bilhete de amor à muitíssimo-mais-que-amiga distante

Amor de minha vida,

Infrutífero tentar explicar a falta que sinto de seus olhos doces.
Você compõe minha estrutura, o DNA de minha alma.
Ansiosa por seus relatos e sensações.
Um tanto perdida neste hemisfério.
Encante o mundo.

Amo-te, profundamente.

sábado, 18 de abril de 2009

Saravá hermanos.

Vínicus. Toquinho. Bethânia. Oxum. Iansã. Vinícius.
A bênção a todos os que me são caros e não duvidam. A bênção à cidade luz, à tradição celta, ao Mar del Plata, à América do Norte, ao interior de São Paulo, ao sertão da Bahia, à megalópole. A benção à possibilidade de reunir todos esses lugares. A bênção aos brilhantes. A bênção aos inteligentes. A bênção aos esforçados. A bênção aos de belos olhos e voz hipnótica . A bênção aos de refinada oratória. A benção aos que transformam o mundo. A bênção aos vermelhos. A bênção aos destros. Mudando de assunto, a bênção aos canhotos. A bênção ao Amor. Saravá.
É assim...

"Senão é como amar uma mulher só linda. E daí? A mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade, um molejo de amor machucado, uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher, feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor e pra ser só perdão."

http://www.youtube.com/watch?v=pdStj4D28vY

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Por que a Europa fica lá?

"Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento."

( Ferreira Gullar)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Seja como for...

A fissão do núcleo dos átomos gera o calor que aquece a água e essa produz vapor que faz girar uma turbina. O propósito é o mesmo, mas o preço é alto e os riscos extremos. Entretanto, é necessário e a vista é linda. Tão risível quanto o amor pode ser - ou é? Pensei ter mais a dizer mas ficou tão complicado que desisti. Talvez repense quando meu coração voltar a respirar. Deixa pra lá.

"O perigo já passou, os técnicos já foram chamados, não há motivo para alarde. Tomaremos as medidas necessárias. Estamos do lado de vocês."

http://www.youtube.com/watch?v=ZpNTxYtGKCg

terça-feira, 7 de abril de 2009

Extra! Extra! A dor pare poetas!

São Paulo, 07 de abril de 2009.



Mais uma vez, uma ninhada de poetas é parida pela mundialmente famosa Dor. A ilustre senhora, residente à cidade de São Paulo com outras moradas ao redor do mundo, vive com seus parceiros Medo, Culpa, Angústia, Desconcerto e outros que a visitam frequentemente. Não é sabido qual deles assumirá a paternidade dos aedos, discute-se, inclusive, alguma forma alternativa de registro civil. Em pronunciamento, o excelentíssimo senhor ministro interino da comoção global manifestou preocupação com os rebentos e garantiu provisão vitalícia de suporte virtual para o desenvolvimento dos recém- sensíveis, não pôde, entretanto, comprometer-se com o suprimento de subjetividade indispensável ao brotamento bardo. A opinião pública mostra-se comovida com o acontecimento. Outras autoridades trataram com cautela o caso preferindo manter a discrição.

sábado, 4 de abril de 2009

Stormy Weather

"Não esconda a tristeza de mim.
Todos se afastam quando o mundo está errado,
quando o que temos é um catálogo de erros,
quando precisamos de carinho, força e cuidado."


Sabia que conseguiria sozinha mas nesse momento duvidava. Queria apenas ser filha, encontrar olhos ternos e um abraço doce sem perguntas, sem respostas, amor apenas. Queria não precisar ser forte, queria poder chorar três dias e três noites e ouvir apenas a voz calma dizendo que tudo irá passar. Não queria mais chorar de dor. Não queria mais vampiros, precisava ser amada em silêncio. Havia tantas feridas que nem ela mesma podia precisar onde ardia, mas o vento gelado dilacerava a alma, a dor se espalhava por cada milímetro do que ela era e já não sabia mais ser nada. Não encontrava seus discos, seus livros diziam-lhe verdades impróprias. Haveria, por Deus, um milímetro de compaixão no universo? Billie Holiday cantava à sua alma antiga mas o que fazer agora? Sentia vontade de dormir até o próximo solstício, acordar em um longo dia de verão, receber da imensidão azul toda a paz que merecia e uma flor em seus cabelos. Queria ser criança e fazê-los felizes de novo. Sentiu, naquele instante, uma saudade cortante de quem não voltaria nunca mais. Sentiu saudades de quem estava ali, ao alcance das mãos e a fazia sentir só. Amou profundamente os corações que a tocavam a distância. Amou desesperadamente aquele céu de outono. Mas a dor ainda estava lá, talvez Coltrane exorcisasse, talvez o amor a curasse.